O Morumbi recebeu um jogo nervoso nesta quarta-feira, e a dose maior de irritação ficou para o Talleres, que estava invicto há 17 jogos, mas perdeu por 2 a 0 para o São Paulo e saiu de campo reclamando de um pênalti não marcado. Foi dessa forma que os são-paulinos encerraram a primeira fase da Libertadores como líderes do Grupo B, ultrapassando o adversário, já que se tratava de um duelo direto. Além disso, somaram a 100º vitória do clube na história do torneio continental.
Os dois estão empatados com 13 pontos, mas o time brasileiro ficou em primeiro por vantagem de 7 a 5 no saldo de gols. A classificação tricolor às oitavas já estava garantida, mas terminar na liderança foi importante para ficar no pote dos demais líderes na hora do sorteio das oitavas e também para se colocar entre as melhores campanhas da fase de grupos, o que ajuda a decidir mais jogos em casa no mata-mata – nas oitavas, tal vantagem já é garantida.
NO FIM!
O São Paulo não fez um primeiro tempo dos mais animadores. Longe de mostrar o repertório que já exibiu em determinadas partidas sob o comando de Zubeldía, o time tricolor era estéril no setor de criação. A disposição ofensiva com Luciano pelo meio e Lucas aberto no lado direito rendia muito pouco, limitando as ações dos donos da casa no campo de ataque.
Contribuía para este cenário a organizadíssima defesa do Talleres, bem postada em sua linha de três. Enquanto isso, poucos riscos eram apresentados a Rafael na área são-paulina. A única evolução que houve em campo foi da irritação de ambos os lados. Conforme o jogo caminhava para o intervalo, o nervosismo aumentava dentro de campo e dava contornos de tensão para o duelo.
Em meio a tal ambiente, o São Paulo abriu o placar nos acréscimos, com um gol de pênalti marcado por Lucas em segunda tentativa, após o goleiro Guido Herrera se adiantar para defender a primeira, o que fez o árbitro mandar voltar a cobrança. Os jogadores do Talleres reclamaram um pouco, mas aceitarem e se revoltaram de verdade apenas alguns minutos depois, quando Luciano atingiu o pé de Sosa, dentro da área, numa disputa de bola a meia altura. A equipe argentina queria pênalti, não anotado pela equipe de arbitragem.
VITÓRIA TRICOLOR!
O estresse foi levado para a saída ao vestiário e atletas do Talleres protagonizaram uma confusão nos corredores. Partiram para cima do árbitro, mas foram contidos. Na volta para o segundo tempo, os ânimos já estavam mais controlados. Faltava, contudo, animação, já que os dois times continuaram apresentando um futebol bastante pobre. Zubeldía apostou na saída de Juan para entrada de Calleri, de volta após se recuperar de lesão sofrida no início deste mês, em busca de um fator novo em campo, e viu o time melhorar.
Entre bons momentos e outros de monotonia, o segundo tempo ganhou novo tom nos minutos finais graças a Luciano, que marcou um golaço. No lance, limpou o marcador e arriscou de longe para fazer a bola morrer dentro da rede. A tensão, antes aplacada, voltou com tudo nos acréscimos, com troca de ofensas e empurrões iniciada pelo Talleres, situação que levou Miguel Navarro a ser expulso.